Reator 2 | Edição #00 | Mercado em mudança exige novas fontes
Inspirações podem surgir de diferentes origens
O que tem dominado boa parte das minhas fontes de informação são os avanços da inteligência artificial e sua velocidade em criar textos, prescrever tratamentos, redigir peças jurídicas e roteirizar produções publicitárias.
Robôs inteligentes com a capacidade cada vez mais avançada de gerar ambientes, formas, personagens e qualquer tipo de imagem, fazem com que qualquer profissional do campo das artes, que tenha um pouco de valor à sua profissão, fique no mínimo com ansiedade e receio de perder espaço.
São tantos especialistas comentando sobre o que teremos de encarar com as novas tecnologias, que nos passam uma quase certeza de um futuro irremediável, justificando as preocupações que deveríamos ter.
Nunca se temeu tanto o que a tecnologia pode fazer com nossas profissões.
Essa sensação de temor se dá justamente por estarmos visualizando, em um espaço de tempo curto, a velocidade com que a transformação digital tem varrido o mercado de trabalho e o que pode acontecer com nossas carreiras e vidas.
Uma pesquisa rápida feita no Laysoffs Fyi, um portal de tracking em tempo real dos números de demissões que acontecem em empresas de tecnologia ao redor do mundo, mostram o grau da situação de momento. Enquanto escrevo, já são 77.916 demitidos, só agora nesse mês de janeiro de 2023.
No ano passado todo, foram 159 mil demissões, pra você ter uma ideia.
Claro que esse setor de tecnologia gera muitas vagas e que a reposição desses profissionais também tende a ser mais acelerada (dependendo de onde estamos falando, se no Brasil, Estados Unidos ou Portugal). Mas o ponto que levanto nessa edição #00 da newsletter do Reator 2 é a necessidade de estarmos de olho. Para o nosso próprio bem.
Quais tem sido as suas fontes de informação? Onde tem “bebido” dados reais sobre o teu segmento de atuação? Faz isso com frequência?
Perguntas provocativas, que servem pra todos nós. Nesse caos conteudista, com tantas pessoas pra se ouvir, tantos portais, links com influencers pra acompanhar, penso que é o momento ideal pra se fazer, com um olhar mais amplo (de cima), uma busca por fontes de inspiração que possam refletir ideias e pontos de vista que venham nos trazer o vislumbre de novos ares ou novos rios, em um modo mais prático e próximo da nossa realidade.
Seguindo nessa ilustração com rios (Nossa vocação natural amazônida) quem navegou em longas distâncias nesse exercício de busca, foi Henry Bates, naturalista e explorador inglês, que ficou famoso na sua empreitada por entender como a Amazônia poderia ensinar, por meio da sua diversidade, o resto do mundo. Cortando o rio Amazonas em 1848, foi o primeiro a constatar de forma científica, o mimetismo em animais, capacidade dos insetos de se utilizarem de camuflagem, mudança de cores e outras formas inteligentes para evitarem serem alcançados por um eventual predador.
A natureza que espantou Bates e seus parceiros, fez com que ficassem na Amazônia por mais de 10 anos seguidos, coletando espécies, analisando comportamentos, encantado com as cores e formas, em um tipo de doutorado da vida real exclusivamente feito fora da sala de aula, despertando pra concepções que eles jamais poderiam imaginar. Depois de um tempo, voltaram da Amazônia pra terra natal, levando carregamentos enormes de insetos que fariam parte do museu natural inglês e serviriam pra despertar muitos novos insights.
Refazendo o caminho de Bates, dessa vez de forma reversa, com as nossas questões de hoje, me pergunto sobre como anda a nossa curiosidade e interesse em entender, por exemplo, o que um robô dotado de inteligência artificial pode fazer com a minha profissão?
Essa imagem da borboleta, por exemplo, gerei em menos de 30 segundos, alimentando um robô, fornecendo os comandos exatos do que eu esperava. Algo que me encanta e me causa assombro.
A ideia aqui é inverter a lógica de apenas constatar a aceleração tecnológica e gerar mais interesse por algo, que de repente, nem passa pelo meu radar. É a inquietação necessária, que trago também pra você, pra que não fiquemos fechados em uma forma já embalada de consumir novas ideias, mas expandir.
Mimetizar. Trazer novas ferramentas pra perto e fazer uso delas de forma imediata, com finalidade clara de seguirmos existindo como profissionais, professores, cientistas, analistas e por aí vai.
Devemos entrar no rio Mississipi, mas que seja misturado com as águas do rio Amazonas. Quero dizer com isso é que precisamos fazer mais busca por fontes de informação, olhando para o que está acontecendo no Estados Unidos ou em Portugal, sem que deixemos de lado um olhar próprio sobre o que fazer com essa mesma informações, de forma prática, adaptada e imediatamente útil.
Pra isso precisamos ser criativos ao extremo. O ponto de início pode ser trazer inspirações baseadas em diversos dados e análises, com fontes confiáveis que você possa consultar e a partir disso tomar as devidas decisões sobre o que fazer.
Imitar, mesmo que por analogia, assim como faz a natureza, procurando a adaptação e a sobrevivência. A regra é nos equiparmos de possibilidades e espantar os receios do que podemos ter pela frente, por parte da tecnologia, entendendo claramente que essa transição está acontecendo.
Vamos ter muito dessas reflexões neste novo espaço do Reator 2.
Fica o convite pra que acompanhe as próximas edições.
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🌊 Rios Voadores
Esse vai ser o nosso espaço de inspirações, que tem como referência os famosos rios aéreos na Amazônia. Sempre ao final de cada edição, vou trazer links adicionais, que possam continuar inspirando e levando os assinantes pra “outras águas”.
Sobre a realidade das demissões no mercado de tecnologia que estão acontecendo, você pode acompanhar o trabalho do Layoffs Brasil, que faz um levantamento da realidade mais nossa.
Uma outra indicação é a newsletter do Luciano Braga, que mostra todo mês seu ponto de vista peculiar sobre o mundo do trabalho e do comportamento humano. Um olhar bem afiado, com diversos links super úteis. Vale a pena acompanhar.
Agradeço por ler até aqui. Não deixe de mandar pra frente esse link e convidar seus amigos pra cá.
🔵 Texto feito por Denys Cruz, mestre em ensino tecnológico, especialista em marketing e pesquisador em Manaus, Amazonas.
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